Em um cenário marcado por juros elevados, restrições de crédito e migração de recursos da poupança, o mercado imobiliário de luxo tem sido a grande exceção. Enquanto o financiamento para a casa própria se torna cada vez mais caro e burocrático, os imóveis de alto padrão seguem atraindo compradores dispostos a pagar o preço pela localização, exclusividade e estilo de vida.
Crescimento expressivo na procura
Em janeiro de 2025, a busca por imóveis com valor acima de R$ 1,5 milhão aumentou 19,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos apartamentos de luxo, a alta foi de 12,4%. Esses números, compilados pelos portais do Grupo OLX, mostram que o segmento não apenas resiste, mas se aquece mesmo frente ao aperto econômico.
Resiliência à alta dos juros
A taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano, encarece todas as linhas de crédito imobiliário. Para o comprador de alta renda, esse cenário faz pouca diferença. “Tudo o que é lançado para a alta renda acaba vendido. Os imóveis ao lado do Jockey Club têm fila de espera para serem comprados”, afirma Marcelo Tapai, advogado especialista em mercado imobiliário. A condição de não precisar recorrer ao crédito torna o luxo menos sensível às variáveis econômicas.
Desafios do segmento econômico
Em contrapartida, os imóveis de média e baixa renda sofrem com a alta dos juros. A procura por casas de até R$ 350 mil caiu 10,3% em janeiro, puxada pelo Nordeste, que apresentou retração de 14,5%. Entre os apartamentos mais acessíveis, houve um leve aumento de 3,5%, mas longe de compensar a queda. A Caixa Econômica, principal financiadora do país, elevou de 20% para 30% o valor de entrada necessário, o que desestimula famílias que ainda não acumulam essa quantia.
O papel do FGTS e do déficit habitacional
Para as famílias com renda de até R$ 4.400, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) continua sendo um apoio importante. Ainda assim, o encarecimento das parcelas e da entrada força muitos compradores a rever seus planos. Luiz França, presidente da Abrainc, lembra que o déficit habitacional mantém uma demanda reprimida: “ainda existe uma massa muito grande de pessoas que quer comprar a casa para morar em um lugar adequado”.
Conclusão
O mercado de luxo mostra-se imune aos efeitos mais severos da alta dos juros e da restrição ao crédito. Localização, exclusividade e ausência de dependência financeira são os grandes pilares dessa resiliência. Para quem busca investir ou morar com estilo, o segmento continua a oferecer oportunidades sólidas e de rápida absorção.
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